sábado, 7 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores" (1)

Nota 11 - Centro Cívico de Alfena

Julgo ter colocado on-line, embora de modo resumido mas, paralelamente, imparcial, as propostas/promessas que me chegaram às mãos. Não recebi mais folhetos e as redes sociais são omissas em muita informação. Como a "procissão ainda vai no adro" há grandes hipóteses da situação melhorar. Ver-se-á!

Enquanto isso, vou tentar fazer alguns exercícios especulativos de análise da política autárquica. Da NOSSA política autárquica, que é a que importa, no momento.

O Municipalismo sempre me interessou. É um aspecto da nossa identidade que me cativou a ponto de o estudar o melhor que pude. Admiro António Sardinha e comungo de ideais Nacionalistas e Integralistas, de que já tenho, aqui neste blogue, feito algumas referências. Será com base nesse substrato ideológico que escreverei sobre as questões concretas. 

Posto isto à guisa de declaração de interesses, iniciarei este ciclo de postais com um assunto muito falado, mas, ao que me parece, muito mal entendido e menos, ainda, explicado: o Centro Cívico de Alfena.

Na sessão de Câmara do dia 20 de Dezembro de 2007 foi decidido, por unanimidade aprovar a proposta para a elaboração  do PUCCA:

20 de Dezembro de 2007 ASSUNTO - PLANO DE URBANIZAÇÃO DO CENTRO CÍVICO DE ALFENA (PUCCA) Presente à Câmara Municipal o processo nº (91)2007/8, referente ao assunto em epígrafe, o qual foi objecto da informação n.º 34/DP/2007, de 2007.12.12. Foi decidido, por unanimidade , aprovar a proposta para a elaboração e respectivos termos de referência do novo Plano Municipal de Ordenamento do Território, designado por "Plano de Urbanização do Centro Cívico de Alfena". Ver última página desta acta

Independentemente da votação unânime seria interessante apurar-se o "contributo" de um gabinete de arquitectura de Alfena para a elaboração deste plano. Por várias vezes e, pelo menos, desde de 2005 que o assunto foi sendo referido e, inclusivamente, usado como argumento para, umas vezes, travar iniciativas urbanísticas particulares e outras, para as favorecer.

Por aviso de 28 de Fevereiro de 2008, publicado no Diário da República de 31 de Março do mesmo ano, começou a decorrer um período de participação preventiva. Mais tarde, em 29 de Dezembro de 2009, foi publicada esta referência ao assunto no sítio da Câmara. Depois disso, o Centro Cívico morreu, mas não foi, ainda, enterrado.

O PUCCA passou a ser, semelhantemente à Zona Industria II, acerrimamente defendido pelo grupo no poder em Alfena que, aliás, fez, da sua "construção", bandeira eleitoral. Todavia, nunca foi discutido publicamente, conforme prometido. Aliás, não interessava. Nem ao poder instituído, nem ao tal gabinete e, muito menos, à corrupção instalada na Câmara que, a todo o momento, poderia sempre dizer uma coisa e, logo a seguir, o seu contrário.

Por várias vezes, em Assembleia de Freguesia e durante o actual mandato, houve interpelações de iniciativa da Oposição, sem respostas consequentes. A "construção" do Centro era lugar-comum sempre citado mas nunca explicado: construção de quê? De arruamentos? De viadutos? De habitações? "Construção",  mas de quê? O chavão, de tão repetido, entrou no ouvido das gentes e até o actual candidato da CDU não se esqueceu, na sua apresentação, de perguntar "para quando a construção do Centro Cívico"  

O Centro Cívico de Alfena não pode ser construído porque não é uma realidade palpável. Trata-se de uma área de cerca de 94 ha, envolvendo o Rio Leça em formato mais ou menos losangular, cujo eixo maior vai desde, sensivelmente, a "ponte do penteeiro" (rotunda) até ao ponto onde a Rua de S. Vicente encontra a Rua de Vilar e cujo eixo menor poderá imaginar-se começado na Igreja Paroquial, prolongando-se para lá da Rua 1º- de Maio (EN 105) até, sensivelmente, à Rua Idalina Matos, em Baguim (2). O que lá, naquela área, poderá ser construído, não sei, porque não sou, nem engenheiro, nem arquitecto, nem faço parte da corrupção camarária. Não tenho, porém, dúvidas de que a delimitação da área teve a mãozinha interessada e interesseira do tal gabinete.

Sobre o Centro Cívico, não tenho conhecimento de referências das outras candidaturas. O PSD nada disse, ainda, mas há uma realidade insofismável: o tal gabinete enjeitou definitivamente os UpA e anda de "casa e (pucca)rinho" com o PSD valonguense. Outros vôos, mais altos interesses! Realço, por plenamente se justificar, a prudência da candidatura do PS (José Luís Marques) que referiu a necessidade do Centro Cívico voltar a ser uma prioridade. Certamente já viu a idiotice daquela antiguidade (tão velha como o PDM que, quando nascer, trará já farta cabeleira, quiçá mesmo, a embranquecer ) e a necessitar de reforma ou de "refórmula"!

J Silva Pereira
(1) A frase não é minha.
(2) Tudo isto, se os nomes das ruas estão correctos, no Google Maps.

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