segunda-feira, 30 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Resultados

Quadro de Resultados Comparados - 2009/2013
(clicar para aumentar a imagem)

Breve Análise Comparativa dos Resultados

1. O número de inscritos (12.761) na Freguesia aumentou em 564, mas, paralelamente, o número de votantes (7.026) diminuiu em 554;

2 . O número de votos brancos e nulos aumentou, respectivamente para 253 e 279 ( 3,60% e 3,97% dos votos expressos e 1,98% e 2,19% do número de inscritos)

3. A abstenção subiu para 5735 eleitores (44,94%), tal significando mais 1.118 (7,09%) do que em 2009. Quase metade da população recenseada não cumpre o dever/exerce o direito de votar.

4. A Coragem de Mudar e o Bloco de Esquerda não concorreram. Os Unidos por Alfena viram diminuída a sua votação em 979 votos - (9,75% dos votantes e 9,13% dos inscritos), o que originou a perda de um mandato. O PS perdeu 91 votos (0,30% dos votantes e 1,27% dos inscritos), ambos a favor do PSD - 1587 votos (22,59% dos votantes e 12,44% dos inscritos) e da CDU - 158 votos (2,53% dos votantes e 1,14% dos inscritos).

5. Os UpA receberam 3042 votos (43,30% do votantes e 23,84% dos inscritos). Tal significa que esta força política irá governar, sozinha, a cidade de Alfena por vontade de menos de 1/4 dos eleitores! 

Esta é a Democradura (neologismo com o significado de Ditadura Democrática, ou, se quisermos, de Democracia Ditatorial) que temos, aqui por casa, com "lei da rolha" e tudo!


domingo, 29 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Fim de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 22 - Vamos lá, então, a votos - Hoje, dia 29 de Setembro



Hoje,
deixo ao benévolo leitor, um tema de meditação!


sábado, 28 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

O Grito, de Edvard Munch (Origem Wikipédia)


Nota 21 - Vamos lá, então, a votos! - OS   G R I T O S

Este é o meu último postal anterior ao acto eleitoral. Faço-o sob a forma de grito, ou, melhor, de dois gritos. Um sobre a Campanha propriamente dita e outro sobre o assunto de que ninguém falou, o Urbanismo:



I



Por favor, acabem com o circo! Elucidem os eleitores, contribuindo para a extinção da iliteracia política, mas acabem com o circo!
Pedir votos oferecendo churrasco, esferográficas e bonés, ao som de música pimba, é menorizar eleitores e candidatos!    


II



Pensem a cidade, pensem Alfena para daqui a 50 anos! E façam dela uma cidade planeada, de boa e bela arquitectura, moderna mas com respeito pelo passado, sem poluição, limpa, asseada, com boas áreas verdes, interessante de ser vista e agradável de nela se viver. Aquilo que, hoje em dia, se apelida de cidade sustentável!   

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 20 - Vamos lá, então, a votos - Parte 6 - O Rio Leça

Sempre que há eleições, vem, à baila, o Rio Leça! A poluição do Leça, as cheias do Leça, a limpeza do Leça, as levadas do Leça, os moinhos do Leça e o que mais houver do Leça!

Passam as eleições e...o Leça vai passando, umas vezes suave, outras, violento e às vezes nem passa, de seco que vai. Aliás, o Leça já há muito que é um rio "morto". Tem sido considerado um dos mais poluídos da Europa, pois, de há muito, vem sofrendo os efeitos da falta de tratamento dos resíduos industriais, em muitos casos, lançados directamente nas suas águas ( fonte:Wikipédia ).

Anualmente a autarquia convida a população a participar de uma acção de limpeza, que promove, geralmente, no início do Verão. Sem grande êxito, porque, e a verdade é só uma, pouca gente se preocupa, de facto, com o Rio Leça.

Conheci Alfena no início da década de 1960, já lá vão mais de 50 anos e recordo-me que, por essa altura, a "garotada", sempre que podia, ia pescar ao Rio Leça. Não me recordo com que êxito, mas certamente que com algum, pois, doutra forma, não perderiam tempo com a tarefa.

Seria excelente que se encarasse, de frente, a situação actual e que, para além das acções de limpeza - mas profissionalizadas (e isto aqui já é com a autarquia) e não umas quantas acções de características amadoras - se fizesse um efectivo esforço de recuperação dos moinhos e das levadas. Não basta orçamentá-las - e não alterar, mais tarde, o orçamento - mas realizá-las, efectivamente.

Não refiro, neste ponto, nenhum candidato, em especial, porque estou convencido de qualquer um deles subscreveria, de bom grado, as acções que defendi acima

Espero que, quem quer que vença as eleições do próximo dia 29, enfrente o (gravíssimo) problema do Rio Leça e dedique tempo, esforço e dinheiro (1), tendo em vista, a reabilitação - é disso que se trata - deste rio.

E não vai ser tarefa fácil!
J Silva Pereira

(1) Eis o meu contributo para o Orçamento Participativo do candidato José Luís Marques

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 19 - Vamos lá, então, a votos - Parte 5 - Associativismo e Organizações Locais

O apoio ao associativismo e às organizações já existentes é uma forma diferente de apoio social, mas não deixa de ser isso mesmo É politicamente mais compensadora, visto que a "compra" do voto é feita agindo sobre um grupo, por vezes numeroso, que comunga de interesses semelhantes, utilizando-se a técnica, já aqui referida. da "reciprocidade" (para além de outras).

Isto não significa que o associativismo e as organizações locais não devam ser apoiadas. Pelo contrário. Mas esse apoio deve ser criterioso, tendo sempre em conta pelo menos três parâmetros, o primeiro dos quais será a contrapartida da associação a favor da comunidade, o segundo, a relação beneficiários vs população total  - é necessário não esquecer nunca que é o dinheiro de TODOS que está em causa - e, por último, a correcta gestão, sobretudo financeira, da organização beneficiária.

Os protocolos assim estabelecidos contribuirão, não só para a independência das organizações perante a autarquia, mas também impedirão a discricionariedade dos partidos no poder.

A CDU-Francisco Gouveia propõe o reforço do apoio, o PSD-Guilherme Roque defende a colaboração estreita nas realizações e o PS-José Luis Marques pretende, para além de estimular o aparecimento de novas organizações, estabelecer regras claras e realistas nos apoios a conceder.  

J Silva Pereira

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 18 - Vamos lá, então, a votos - Parte 4 - Apoio Social

António Sardinha, na Quarta Tese da sua "Teoria do Município", ensina-nos que "a restauração do nosso antigo Município equivale a considerá-lo, não como uma simples função administrativa, mas como um centro de vida própria, espécie de unidade orgânica, abrangendo todas as relações e interesses dos seus convizinhos, desde o ponto de vista familiar e económico até ao ponto de vista cultural e espiritual."

Mais adiante, na Décima Segunda Tese, refere "...e onde houver Misericórdias, a estas admiráveis e tão portuguesas instituições deverão pertencer as funções de assistência pública, como base local e consequentemente descentralizada, cabendo às câmaras municipais dispensar o apoio e auxílio de que as Misericórdias careçam para bem cumprirem a sua augusta missão."

A evolução da sociedade portuguesa, nos seus variados segmentos, não seguiu o caminho preconizado há cerca de 90 anos por A. Sardinha, mas há que reconhecer que o apoio social, substituindo, cada vez mais, a caridade individual, foi conseguido através dos Centros Sociais - geralmente paroquiais - e à Igreja se devem.

Apesar disso, e a pouco e pouco, houve a intenção de "estatizar" esta missão caritativa - não há que ter medo das palavras - mas a incapacidade do Estado na assunção desta responsabilidade foi notória e, acabando por desistir, resolveu, por descargo de consciência, aceitar os Centros Sociais e, inclusivamente, financiá-los.

Em Alfena, o Centro Social surgiu, salvo erro, na década de 1960 - a pesquisa possível na net não foi conclusiva - e atingiu a amplitude que hoje se conhece. A política local nunca viu com bons olhos esta "concorrência" e foi inventando fórmulas de apoio social que lhe proporcionassem alguma notoriedade, sobretudo para efeitos eleitorais. Surgiu, assim, a AVA (Associação Viver Alfena), o GIP (Gabinete de Inserção Profissional), o GAS (Gabinete de Acção Social) e actividades mais ou menos "soltas" - passeio sénior, escola sénior, cantinas sociais, lojas sociais e protocolos com entidades diversas, como, por exemplo, o IEFP.

Sendo, como é, uma situação transversal no universo do poder local, não oferece dúvidas a sua intenção escondida: a "compra" de votos pelo partido no poder. As acções, per se, até serão louváveis e pena é que a intenção subjacente seja a política e não a do amor ao próximo.

Aliás, esta atitude não admira o observador atento, pois, se repararmos bem, a quase totalidade das realizações políticas no poder local - desde a construção da rotunda, até à sopa dos pobres - têm, como principal finalidade, para além de justificar a sua própria existência, promover o autarca de modo a ser reeleito para o mandato seguinte.

Refiro, agora, as posições de três dos candidatos: o PSD-Guilherme Roque, o PS-José Luís Marques e CDU-Francisco Gouveia. Os dois primeiros, para além do apoio que propõem às IPSS locais (AVA e CSPA), defendem mais umas quantas atitudes "soltas", de que realço a criação de um pelouro para o emprego e apoio aos desempregados (G Roque) e uma rede de luta contra a exclusão social e de apoio a idosos (J L Marques). Mas tenho que reconhecer que a melhor ideia é a da criação de uma Unidade de Cuidados Continuados (F Gouveia) cuja concretização, espero bem, possa ser levada a cabo por quem quer que venha a ganhar a Junta.

Realço a necessidade da acção social autárquica dever ser feita SEMPRE, através das IPSS, de modo a afastar toda a  promiscuidade política.

J Silva Pereira

terça-feira, 24 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 17 - Vamos lá, então, a votos - Parte 3 - Educação e Cultura

Ambos os itens são. geralmente, apresentados separadamente, apesar da estreita ligação, que é, por demais, evidente. É uma forma de "estender" o número de propostas, criando, um pouco a ilusão de que, havendo muita coisa para fazer, se promete que tudo poderá ser feito.

Defendo que a Cultura é a continuação da Educação. Esta deveria ser a aquisição das ferramentas necessárias, não só à nossa futura actividade profissional, mas também, daquelas igualmente necessárias ao aperfeiçoamento do nosso saber e do nosso carácter. 

Só um povo culto, educado e trabalhador tem possibilidade de sobreviver num mundo em constante e acelerada mudança mas cujo rumo desconhecemos qual seja. 

Defendo, também, como Municipalista, que todo o trabalho educacional e cultural deve ter um cunho próprio, o cunho da própria freguesia e do próprio concelho.

Das candidaturas alfenenses, refiro, na Cultura, as propostas do PSD-Guilherme Roque (dinamização do Centro Cultural), do PS-José Luís Marques (dinamização do Centro Cultural) e do CDU-Francisco Gouveia ("dar vida à Casa da Juventude"), tudo muito vago, deixando supor não terem ideias muito precisas para a questão.

Ainda na Cultura, são de destacar as propostas do PSD-Guilherme Roque (realização de feiras anuais de artesanato e de troca de livros) e do PS-José Luís Marques (requalificação do auditório do CSPA), uma vez mais, algo de indefinido e que só a eventual concretização, no terreno, poderá, ou não, significar alguma coisa.

Quanto à Educação, apenas  o PS-José Luís Marques traz uma proposta - a existência de projectos educativos que estimulem a interacção Escola-População-Junta - da qual, se o Agrupamento local de escolas entender colaborar, muito se poderá esperar. Faço votos que tal aconteça.
J Silva Pereira


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"


Nota 16 - Vamos lá, então, a votos - Parte 2 - "Fazer Diferente" - A gestão Financeira da Autarquia (achega final)

Por ter entendido que o postal anterior sobre este mesmo assunto já se alongava demasiado, não editei a parte final do rascunho. Preferi realçá-la através de um novo postal, considerando a sua importância.

Refiro-me, expressamente, ao controlo que os cidadãos têm o direito - e o dever - de fazer em relação à forma como o seu dinheiro é gerido. João Paulo Baltazar, no seu primeiro opúsculo de campanha, afirma, a páginas 09, que os valonguenses "podem continuar a confiar. Confiar que o dinheiro, que é deles, é bem gerido". Ora isso é que nunca! Confiar, de forma cega NUNCA! A "boa" gestão deles sempre trouxe uma única coisa: dívidas que, todos nós, tarde ou cedo, temos de pagar.

Antes de votar, os cidadãos deveriam perguntar a si próprios se entregariam as suas finanças pessoais, ou do seu negócio, as suas poupanças e as dos seus filhos, o seu património...àqueles a quem pensam dar o voto. Creio que ninguém o faria! Então porquê confiar cegamente o património e as finanças colectivas?
  
A Lei supõe que a Assembleia de Freguesia (Municipal, quando é o caso) exerça esse controlo. Todavia, não o faz, pelo menos de forma eficaz. A discussão sobre o orçamento é nula, sem poder de veto quanto às opções previstas e não existe um prévio parecer de qualquer entidade credível sobre a qualidade dos documentos. Depois e para nosso mal, essa coisa pretensamente democrática que é o voto maioritário, resolve sempre (e quase sempre mal) a questão. 

Admito que comissões, politicamente independentes, uma espécie de mini-tribunais de contas, de freguesia e de concelho, seria uma medida minimizadora dos desmandos orçamentais das autarquias. Um controlo assíduo - mensal, se possível - da execução orçamental, seria já um avanço razoável.

O Orçamento Participativo que o PS - José Luís Marques pretende implementar é, apenas, uma pequena medida, das muitas necessárias, e, como disse já, penso que será pouco eficaz no quadro político actual.

As finanças locais são assunto tabu, de que se não fala e até se procura esconder, o mais possível, como os UpA fizeram (1)  no mandato que termina. Ora, deveria ser exactamente o contrário: o assunto mais visível, mais aberto a todos, mais criticável, mais discutido e que maior consenso reunisse. 

Exactamente aquilo que não é! E, afinal, É O NOSSO DINHEIRO!

J Silva Pereira

(1) Os Unidos estão, aí, uma vez mais! Quanto a finanças, será bom não esquecermos nunca que a sua primeira figura (Arnaldo Soares) foi o Vereador que, em dois anos seguidos apresentou orçamentos completamente irrealistas, usando e abusando de aumentos artificiais de receitas e que o TC se viu obrigado a chumbar. O plano de saneamento financeiro que subscreveu, não teve melhor sorte. Receio seriamente, que tanta aselhice assente, agora, arraiais na Freguesia.

sábado, 21 de setembro de 2013

Assembleia de Freguesia de 20 de Setembro

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Assembleia ou Comício dos "Unidos"?

Foi convocada, para ontem à noite, mais uma Assembleia de Freguesia. Pessoa amiga fez-me chegar às mãos fotocópia da convocatória, esta, apenas, acompanhada da acta da assembleia anterior. 

Já à porta de entrada do Centro Cultural de Alfena, o grupo onde me incluía e de que faziam parte alguns membros da assembleia, foi contactado pelo Presidente da Junta, informando-nos da intenção de propor a inclusão de mais um ponto na Ordem de Trabalhos, cujo seria a proposta de aprovação da segunda Revisão Orçamental do ano. E isto, para, conforme disse também, ficasse devidamente concluída a burocracia do seu mandato, em vias de terminar. Referiu, ainda, ter-se apercebido de que não fôra distribuída a Informação Escrita e procedeu, então, à entrega desse documento.

Tratando-se, como se tratava, da última assembleia, todos aceitaram, sem reservas as explicações e a papelada -  que já não pensavam, sequer, analisar - encaminhando-se, depois, para o auditório do Centro.

Apesar da falta de algumas luzes e de instalação sonora - ao que parece, por avaria - lá se deu início à assembleia, com o período destinado à intervenção dos diversos membros. Foi, porém, dada a palavra ao Presidente da Junta que referiu, a presença de público pouco habitual nestes actos, mas que sabia que tinham vindo para agradecer ao Sr. Presidente da Câmara, não sei que recente benesse e a assistir à solene assinatura do protocolo relativo à cedência do terreno destinado à sede da Junta

Foi aí que comecei a perceber que, afinal, não havia sido convocada nenhuma assembleia, mas sim um comício dos "Unidos".
Para nossa paz e descanso, o Sr. Presidente da Câmara não apareceu e, embora a cerimónia ficasse adiada, não ficou o comício, como, adiante, se verá.

Após o introito do Presidente da Junta, seguiu-se uma curta intervenção de Anabela Magalhães, do PS, em jeito de despedida e, também, em jeito de despedida, uma outra de Avelino de Sousa, da "Coragem de Mudar".

Quem não se despediu com jeito nenhum foi Rogério Palhau que interveio logo a seguir para "desancar", não na intervenção que Avelino de Sousa acabara de fazer, mas sim na intervenção deste, feita - pasme-se! - na Assembleia de Junho! Sem grande aplauso, diga-se em abono da verdade, nem sequer da sua equipa da Junta com quem, aliás, "anda de candeias às avessas". O disparate - não tem outro nome - foi de tal monta que o Presidente da Mesa entendeu dever intervir - havia já protestos na sala - e pediu a interrupção do comício, ao que ele acedeu, muito contrariado!

Entrando-se na Ordem de Trabalhos, ninguém interveio em qualquer dos pontos (acta anterior, revisão orçamental e informação escrita) e foi tudo aprovado com mais ou menos abstenções.

Minto! Houve, efectivamente, uma intervenção, no ponto da informação escrita e, foi do Presidente da Junta! É claro que o comício deveria continuar. Que me recorde, Rogério Palhau nunca interveio, neste ponto, de iniciativa sua. Quando não havia intervenções o "papel" era virado e passava-se adiante. Mas desta vez, não foi assim: estamos em plena campanha eleitoral e aquilo era um comício dos UpA!

Rogério Palhau pôs os óculos e puxou de um papel que disse ser um "volante" da campanha de 2009 e, lendo ponto por ponto, comentou cada um, reafirmando a sua execução!   

Melhor do que o surrealismo de Breton (Um homem que não pode ver um cavalo a galope em cima de um tomate, é um idiota) só mesmo as Assembleias de Freguesia de Alfena

Como não gosto de surrealismo, levantei-me, ainda o comício não iria a meio e vim-me embora!

Não sei o que se passou depois, mas, pela amostra, não deve ter sido grande coisa!  

J Silva Pereira
      

Professor António José de Brito


Faleceu, hoje, o Professor António José de Brito. Estamos todos mais pobres, como muito bem refere HNO, aqui, no seu blogue, através do qual soube da má notícia.

Aqui, também, uma referência e a transcrição de um artigo escrito pelo Professor in A Rua.

Deus tenha a sua alma em paz.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 15 - Vamos lá, então, a votos - Parte 2 - "Fazer Diferente": A Gestão Financeira da Freguesia

A Lei das Finanças Locais, que remonta a 2007 - sabe-se que está em estudo a sua revisão - define o princípio da autonomia financeira dos municípios e das freguesias, referindo, claramente, que essa autonomia assenta na existência de património e finanças próprios, competindo, a sua gestão, aos respectivos órgãos.

No que respeita às freguesias, caberá, pois, à Junta e à Assembleia - este Órgão é directamente eleito, ao contrário da Junta - "Elaborar, aprovar e modificar as opções do plano, orçamentos e outros documentos previsionais" e " Elaborar e aprovar os documentos de prestação de contas".

Paralelamente, o Estatuto do Direito de Oposição estabelece o "Direito de Consulta Prévia", ao abrigo do qual os partidos e grupos políticos não representados nos órgãos executivos "têm o direito de ser ouvidos sobre as propostas dos respectivos orçamentos e planos da actividade".

Parece, com tudo isto, ficar defendido o Princípio da Democraticidade e salvaguardados os direitos das minorias. Na prática, porém, não há tal, como se demonstrará.   

Antes de mais convém dizer que este texto é escrito a pensar na gestão das freguesias. Embora não haja grandes diferenças, relativamente às câmaras, elas existem, mas não serão, aqui, afloradas.
Feito o aviso, passemos ao primeiro assunto que é o direito da oposição ser ouvida sobre as propostas do orçamento e plano de actividade. Na prática, porém, quem ouve é a minoria, pois a maioria nem sequer se preocupa em considerar eventuais propostas. Só há duas hipóteses: "ou é como nós queremos, ou é como nós queremos e ponto final".

Alfena foi, no último mandato, paradigma desta atitude! Aliás, os UpA, nunca tinham, sequer, ouvido falar no Estatuto do Direito da Oposição!

Ora, O E.D.O. é o mínimo que se pode proporcionar aos representantes de um número razoável de cidadãos - por vezes, até, no seu conjunto, superior ao dos representados pelo grupo vencedor - e é, quanto a mim, um índice de avaliação da democraticidade local. Não há qualquer fundamento, sobretudo moral, para que não sejam acolhidas sugestões dos grupos minoritários, só porque o são.

Em segundo lugar as maiorias, sobretudo quando absolutas como foi o infeliz caso de Alfena no último mandato, tendem a pôr em prática a "lei da rolha", o que é inconcebível nos tempos que correm, onde o Direito à Informação é um dos mais importantes. E sobretudo quando estão em causa questões financeiras, como é o uso do dinheiro dos nossos impostos

Uma vez mais, os UpA se portaram mal, pois foi cerceado, através do registo prévio, o livre acesso dos cidadãos, através da Internet, quer às opções do plano e demais documentos previsionais, quer aos documentos de prestação de contas. Isto se, de facto, chegaram a ser publicitados!      

Sobre este assunto, apenas a candidatura do PS - José Luís Marques é taxativa: promete a eliminação do registo prévio no sítio da Junta e diz ir avançar com os Orçamentos Participativos.
O PSD de Guilherme Roque também se pronuncia, mas de modo vago, quando diz pretender "devolver a Alfena e à Junta a dignidade e o respeito de outrora".

Uma última palavra, apenas: sou francamente favorável aos orçamentos participativos, mas num quadro de Democracia Directa e Participativa, com frequente recurso ao referendo e ao plebiscito, tudo isto coisa muito distante e diferente desta que temos. Salva-se a boa intenção do candidato.

J Silva Pereira  

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 14 - Vamos lá, então, a votos! - Parte 1: Centro Cívico 

"Até a democracia política seria mais prática se as pessoas se preparassem para as eleições como se preparam para um congresso Eucarístico, com orações e penitência em vez de publicidade e mentira"

Abro este postal com a citação de Chesterton que considero mais adequada ao momento presente e, por muito que ore e me penitencie, o que encontro de verdadeiramente interessante nas propostas, promessas e compromissos dos candidatos é demasiado sóbrio.

Resumi tudo num único postal, formatando-o de modo a juntar, por temas, os diversos compromissos. Fácil é, ao benévolo leitor, compará-los. Com certeza se surpreenderá, como aconteceu comigo, ao descobrir quão semelhantes são todos eles. Creio bem que qualquer dos candidatos não recusaria defender as propostas de qualquer dos outros.

Não foi por acaso que os UpA subscreveram sessenta e quatro compromissos. Bastou repescar aqueles que foram assumidos em eleições anteriores, acrescentando uns quantos mais de que, entretanto, se lembraram. Nada mais simples!(1)  

A circunstância da semelhança de compromissos que, atrás, se evidencia, leva-me a interrogar-me sobre razões deste tipo de campanhas. Não seria preferível que estas pessoas, tantas delas com efectivas capacidades pessoais, intelectuais, de cultura e de carácter, se juntassem e decidissem colaborar em prol da sua Cidade e respectivas gentes? Sem sofismas?
Porque não tentar? Não bastará mudar as pessoas, com certeza. É necessário, sobretudo, mudar o sistema. É urgente um novo paradigma eleitoral no Poder Local, mais centrado nos executantes e menos nas promessas, quer se venham ou não a cumprir. Muitas delas são, bastas vezes, despropositadas, despesistas, e, até mesmo, condicionadoras da sustentabilidade do desenvolvimento da nossa cidade. 
Não sendo possível, para este ano, aqui deixo o desafio aos vários grupos políticos em presença, no sentido de considerarem esta proposta para 2017. Gostaria, muito francamente o digo, que, por essa altura, fosse possível propor ao Povo uma única lista de cidadãos, dignos, honestos, francos, verdadeiros, politicamente tolerantes, em suma, Gente de Honra, com o propósito firme de SERVIR e não de se servir, a quem pudéssemos, sem receio, entregar a administração do que a todos pertence.

Voltando aos compromissos e tendo em conta a semelhança da maior parte deles, resolvi escolher, três ou quatro temas que desenvolverei ao longo destes dias de campanha. Já referi o meu pensamento no que respeita ao Centro Cívico e ao PUCCA, sendo minha convicção de que, de todos os candidatos, apenas José Luís Marques tem efectiva noção de tudo quanto esteve na origem da sua definição e, bem assim, da absoluta necessidade de se repensar todo o processo.

J Silva Pereira
(1) Não incluiu, propositadamente, os compromissos dos UpA no postal comparativo, pelas razões apontadas AQUI

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"


Nota 13 - "É Mais Fácil Morrer na Guerra do que Dizer a Verdade na Política" (G.K.Chesterton) 

Por mero acaso, num dos frequentes mails que recebemos com os assuntos mais variados, chegou-nos às mãos um texto editado pelo Instituto do Consumidor acerca das burlas e fraudes na internet. Surgiu-nos, então, a ideia de efectuarmos uma pequena adaptação dedicada à mentira na política, tanto mais que acabáramos de receber, também, um opúsculo de um grupo político alfenense que nos presenteava com, nada mais, nada menos, do que 64 "compromissos".

Assim, e com a devida vénia ao Instituto do Consumidor e pedindo desculpa pela ousadia, eis o texto que elaborámos: 

Proteja-se dos políticos mentirosos 

Todos os anos, cidadãos há que perdem grandes quantias de dinheiro com mentiras concebidas por “especialistas”. Do mesmo modo, de xis em xis anos, os cidadãos são bombardeados com as mais variadas promessas de profissionais da política, muitos dos quais, são igualmente especializados na mentira.

Estes políticos mentirosos estão constantemente a desenvolver novas formas de reinventar velhas mentiras. Não se deixe enganar se as promessas parecerem boas demais, pois, para serem autênticas, é porque, provavelmente, são... mentiras.

As mentiras políticas vivem do desejo natural de conservar a saúde, aumentar a riqueza, a segurança, a qualidade de vida e o nosso orgulho de pertença. Alguns políticos mentirosos são capazes de manipular um cidadão sem que ele sequer se aperceba disso. Prometem coisas que uma pessoa não deseja, não usa, nem necessita, de facto, mas a promessa é tão atraente que parece boa demais para desperdiçar. Em todas as eleições, cidadãos são vigarizados por falsas promessas de pavilhões, campos de futebol, piscinas, bibliotecas, emprego, ajuda financeira, saúde gratuita e ensino fácil.

Há duas regras simples para se proteger das mentiras políticas:
          ● Aprenda a distinguir as mentiras das promessas genuínas e exequíveis.
          ● Saiba como combater os truques de um político mentiroso.

Por que é que as mentiras políticas são, geralmente, bem sucedidas?

As mentiras políticas são bem sucedidas por dois motivos. Em primeiro lugar, as promessas têm uma aparência genuína. Parecem ir ao encontro dos desejos ou necessidades dos destinatários. Para ter a certeza de que se trata de facto de uma mentira, há que fazer o esforço prévio de análise adequada. Deve levantar questões e pensar cuidadosamente, antes de decidir o que vai fazer. Dependendo do assunto, pode fazê-lo no momento ou precisar de ajuda. Este postal presta-lhe ajuda neste processo. 

Em segundo lugar, os políticos mentirosos manipulam as vítimas “tocando nos pontos sensíveis”, no sentido de obterem a adesão, automática ou por impulso, que pretendem. Não se trata de uma questão pessoal, mas da forma como os indivíduos em sociedade estão ligados emocional e socialmente. O facto de responderem por impulso leva as pessoas a cair no embuste. Para não cair em ciladas, é útil saber como evitar a resposta por impulso.

Por que é que alguns políticos mentirosos são bem sucedidos?

Os políticos mentirosos tentam influenciar de diversas maneiras. Os estímulos psicológicos que em seguida se enunciam são frequentemente utilizados para obter uma adesão/voto por impulso sem que o destinatário se aperceba. Deve estar atento quando for abordado, ou mesmo quando alguém lhe pedir um favor.

“Reciprocidade” 
Os políticos mentirosos prometem e mesmo oferecem, por vezes, alguma coisa (e não só aqueles pequenos brindes, tais como esferográficas e bonés) para obterem algo em retorno, como, posteriormente, o seu voto. O cidadão sente-se obrigado a fazer qualquer coisa. Deve proteger-se desses sentimentos reconhecendo que as ofertas e favores não são mais do que artimanhas para o influenciarem a retribuir. Com o objectivo de convencer o cidadão a votar na sua pessoa, os políticos mentirosos são capazes de fazer uma oferta insustentável, para mais tarde poderem fazer outra que não pareça tão má, em termos comparativos.

Compromisso e consistência
Comprometeu-se com algo inicialmente e, mais tarde, o político-vigarista evoca esse compromisso inicial para obter a sua concordância posterior, no apoio e no voto. Este estratagema pode fazer com que se sinta pouco à vontade. Para se proteger, deve abordar separadamente cada compromisso e perguntar a si próprio se, dadas as circunstâncias, faria a mesma escolha que fez anteriormente. A sua intuição dar-lhe-á a resposta.

A prova social 
“Tanta gente apoia, logo, deve estar certo!”, resume bem a situação. Para obter a sua concordância, o político-vigarista referir-se-á ao que a maioria das pessoas quer (utilizam a expressão “o que o Povo exige”), nem que essa “maioria” não passe de meia-dúzia de cidadãos. Verifique objectivamente os factos e faça uso da sua experiência e do seu juízo.

Gostar
Uma boa aparência, interesses ou antecedentes semelhantes, o humor e outras características atraentes são instrumentos padrão tanto de políticos-vigaristas como de políticos honestos que pretendam estabelecer uma boa relação consigo. Se gosta de alguém, tem mais probabilidades de aceitar o que lhe estão a propor. A sua defesa é separar a promessa da pessoa que a faz ou que lhe está associada.

Autoridade
A autoridade, com ou sem uniforme, gera uma reacção automática em quase toda a gente. Quando foi a última vez que pediu a um agente que se identificasse, antes de cumprir as suas ordens? Estamos permanentemente a fazer apelo e uso da autoridade para justificar ou apoiar a nossa posição (a “legitimidade” do voto democrático…). O político-vigarista fá-lo deliberadamente para o ludibriar e obter o seu voto. Neste caso, a sua protecção é perguntar a si próprio se a autoridade é relevante para o contexto.

Oportunidade
O medo de perder uma oportunidade única! Quando dizem que esta é a última possibilidade isso faz com que muitas pessoas adiram apressadamente antes de terem a possibilidade de reflectir no que estão a fazer. Neste caso deve separar as emoções das decisões. Quando nos confrontamos com estas estratégias de influência, o facto de sermos apanhados numa fraude não é necessariamente um reflexo da nossa ingenuidade ou de um juízo deficiente. Apenas revela como os políticos-vigaristas são eficazes a manipular. Não se deixe ofuscar por engodos psicológicos. Reconheça-os tal como são, e mantenha a lucidez no momento de tomar decisões de apoio e de voto.

Mitos perigosos
Além destes engodos psicológicos, alguns cidadãos sustentam crenças que os deixam ainda mais vulneráveis às mentiras políticas. Uma dessas crenças é a de que todo os políticos, partidos e grupos de cidadãos eleitores são honoráveis e bons porque foram auditados e aprovados pelo poder judicial. Não é exactamente assim. Uma outra crença é a ideia de que aquilo que o político-vigarista faz é, apenas, pelo bem do povo. Coloque a si mesmo a seguinte questão: se alguém é assim tão altruísta, porque não abdica dos benefícios que o lugar lhe proporciona?

Quem o pode ajudar
Não se esqueça: se, habitualmente, não se envolve na política local, é melhor ouvir o maior número possível de pessoas, ligadas às organizações políticas em presença e pedir informações antes de tomar uma atitude definitiva. Aconselhe-se previamente e proteja-se.

A estratégia para vencer as mentiras políticas

Pode ser abordado para apoiar e/ou votar em alguém que lhe faz um elevado número de promessas, ou pode ter sido abordado, por um amigo, que lhe sugeriu determinado apoio. Isso pode ser uma fraude (de que o seu amigo, porventura, também é vítima). Como é possível saber? Costuma dedicar algum tempo a verificar se estas promessas são seguras e genuínas? Saiba que não está só Se, se sentiu enganado em anteriores situações, o facto de saber que não é o único serve-lhe de pouco consolo. Mas tal não precisa de voltar a acontecer. Pode fazer alguma coisa para se proteger. Pode apelar a outras pessoas para que o ajudem. Pode denunciar as mentiras e os comportamentos mentirosos, e pode ajudar a reduzir a sua incidência. É claro que os políticos-vigaristas tentarão novos métodos, mas todos temos o poder de lhes dificultar a tarefa.

Eis o que pode fazer para se proteger das mentiras:

1
          Dizer “NÃO” ou resistir (recuse agora pois pode apoiar mais tarde)


2
          Continuar a procurar informação
           
3
      Questionar


4
       Decidir, VOTANDO com a consciência de ter tentado obter todas as informações possíveis sobre a honestidade, a honorabilidade, a rectidão e a probidade dos candidatos.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores" (1)

Nota 12 - De Promessas Está o Inferno Cheio

Chegou-me às mãos, ontem, um opúsculo com o "Compromissos Eleitoral" dos Unidos por Alfena. Nada mais, nada menos, do que 64 - por extenso: sessenta e quatro - "compromissos", a maior parte dos quais remonta, já, a 2005.

Recuso-me a colocá-los a par daqueles outros que sistematizei neste Postal, referentes a grupos políticos concorrentes. Por muito imparcial que quisesse ser, pactuar com isto seria menosprezar a inteligência de quem, porventura, me lê.

J Silva Pereira

(1) A frase não é minha, mas tomo-a como moto do meu trabalho nesta campanha.

sábado, 7 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores" (1)

Nota 11 - Centro Cívico de Alfena

Julgo ter colocado on-line, embora de modo resumido mas, paralelamente, imparcial, as propostas/promessas que me chegaram às mãos. Não recebi mais folhetos e as redes sociais são omissas em muita informação. Como a "procissão ainda vai no adro" há grandes hipóteses da situação melhorar. Ver-se-á!

Enquanto isso, vou tentar fazer alguns exercícios especulativos de análise da política autárquica. Da NOSSA política autárquica, que é a que importa, no momento.

O Municipalismo sempre me interessou. É um aspecto da nossa identidade que me cativou a ponto de o estudar o melhor que pude. Admiro António Sardinha e comungo de ideais Nacionalistas e Integralistas, de que já tenho, aqui neste blogue, feito algumas referências. Será com base nesse substrato ideológico que escreverei sobre as questões concretas. 

Posto isto à guisa de declaração de interesses, iniciarei este ciclo de postais com um assunto muito falado, mas, ao que me parece, muito mal entendido e menos, ainda, explicado: o Centro Cívico de Alfena.

Na sessão de Câmara do dia 20 de Dezembro de 2007 foi decidido, por unanimidade aprovar a proposta para a elaboração  do PUCCA:

20 de Dezembro de 2007 ASSUNTO - PLANO DE URBANIZAÇÃO DO CENTRO CÍVICO DE ALFENA (PUCCA) Presente à Câmara Municipal o processo nº (91)2007/8, referente ao assunto em epígrafe, o qual foi objecto da informação n.º 34/DP/2007, de 2007.12.12. Foi decidido, por unanimidade , aprovar a proposta para a elaboração e respectivos termos de referência do novo Plano Municipal de Ordenamento do Território, designado por "Plano de Urbanização do Centro Cívico de Alfena". Ver última página desta acta

Independentemente da votação unânime seria interessante apurar-se o "contributo" de um gabinete de arquitectura de Alfena para a elaboração deste plano. Por várias vezes e, pelo menos, desde de 2005 que o assunto foi sendo referido e, inclusivamente, usado como argumento para, umas vezes, travar iniciativas urbanísticas particulares e outras, para as favorecer.

Por aviso de 28 de Fevereiro de 2008, publicado no Diário da República de 31 de Março do mesmo ano, começou a decorrer um período de participação preventiva. Mais tarde, em 29 de Dezembro de 2009, foi publicada esta referência ao assunto no sítio da Câmara. Depois disso, o Centro Cívico morreu, mas não foi, ainda, enterrado.

O PUCCA passou a ser, semelhantemente à Zona Industria II, acerrimamente defendido pelo grupo no poder em Alfena que, aliás, fez, da sua "construção", bandeira eleitoral. Todavia, nunca foi discutido publicamente, conforme prometido. Aliás, não interessava. Nem ao poder instituído, nem ao tal gabinete e, muito menos, à corrupção instalada na Câmara que, a todo o momento, poderia sempre dizer uma coisa e, logo a seguir, o seu contrário.

Por várias vezes, em Assembleia de Freguesia e durante o actual mandato, houve interpelações de iniciativa da Oposição, sem respostas consequentes. A "construção" do Centro era lugar-comum sempre citado mas nunca explicado: construção de quê? De arruamentos? De viadutos? De habitações? "Construção",  mas de quê? O chavão, de tão repetido, entrou no ouvido das gentes e até o actual candidato da CDU não se esqueceu, na sua apresentação, de perguntar "para quando a construção do Centro Cívico"  

O Centro Cívico de Alfena não pode ser construído porque não é uma realidade palpável. Trata-se de uma área de cerca de 94 ha, envolvendo o Rio Leça em formato mais ou menos losangular, cujo eixo maior vai desde, sensivelmente, a "ponte do penteeiro" (rotunda) até ao ponto onde a Rua de S. Vicente encontra a Rua de Vilar e cujo eixo menor poderá imaginar-se começado na Igreja Paroquial, prolongando-se para lá da Rua 1º- de Maio (EN 105) até, sensivelmente, à Rua Idalina Matos, em Baguim (2). O que lá, naquela área, poderá ser construído, não sei, porque não sou, nem engenheiro, nem arquitecto, nem faço parte da corrupção camarária. Não tenho, porém, dúvidas de que a delimitação da área teve a mãozinha interessada e interesseira do tal gabinete.

Sobre o Centro Cívico, não tenho conhecimento de referências das outras candidaturas. O PSD nada disse, ainda, mas há uma realidade insofismável: o tal gabinete enjeitou definitivamente os UpA e anda de "casa e (pucca)rinho" com o PSD valonguense. Outros vôos, mais altos interesses! Realço, por plenamente se justificar, a prudência da candidatura do PS (José Luís Marques) que referiu a necessidade do Centro Cívico voltar a ser uma prioridade. Certamente já viu a idiotice daquela antiguidade (tão velha como o PDM que, quando nascer, trará já farta cabeleira, quiçá mesmo, a embranquecer ) e a necessitar de reforma ou de "refórmula"!

J Silva Pereira
(1) A frase não é minha.
(2) Tudo isto, se os nomes das ruas estão correctos, no Google Maps.