Nota 10 - Saúde Pública e Urgência Pediátrica
No ciberespaço político de hoje não falta que verbere a transferência dos serviços de urgência pediátrica de Valongo para o Centro Hospitalar de S. João, no Porto. É evidente que a ideia subjacente é a economia de recursos e sobre isso não vou pronunciar-me.
Não posso, porém, deixar de referir dois aspectos da questão.
O primeiro, prende-se com o facto de João Paulo Baltazar, actual Presidente e, também, candidato à Presidência da Câmara, ter referido, em passado não muito distante, que lhe haviam garantido - se bem me lembro um tal M. A. Santos Costa - que as urgências de Valongo não fechariam. A menos que a pediátrica não seja urgência, eis aqui a primeira promessa que fica no tinteiro.
Quem não se importará com isso, penso eu, é a população de Alfena, aquela que embandeirou em arco com a inauguração do Hospital Privado. Não só acabou o desemprego na cidade, tantos foram, como se sabe, os postos de trabalho criados, como tem à disposição, além de outras, uma urgência pediátrica. Ah! Esquecia-me de dizer que é preciso pagar ou ser beneficiário dos acordos negociados.
O negócio da saúde é um negócio como outro qualquer. Num quadro de economia aberta é capaz de fazer sentido, quanto mais não seja pela concorrência, em termos de qualidade, com o serviço público. As Misericórdias, essa instituição tão genuinamente portuguesa (como a elas se referia António Sardinha), desde há muito que o exercem.
Mas isto é uma coisa e outra é o benefício do povo, o "peixe que é vendido" à população pelos profissionais da política . Na realidade é o benefício desses políticos. É o maná da negociata de terrenos e da própria construção, para além de outros, directos ou indirectos. Que o digam alguns dos UpA, sobretudo o mandatário de 2009.
Admira-me que o povo continue a ir na cantiga desta gente em vez de os correr à vassourada. Razão tem quem dizia que "o que mais temia nas eleições era a iliteracia dos eleitores"!
J Silva Pereira
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