segunda-feira, 16 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

"O que mais temo nas eleições é a iliteracia dos eleitores"

Nota 14 - Vamos lá, então, a votos! - Parte 1: Centro Cívico 

"Até a democracia política seria mais prática se as pessoas se preparassem para as eleições como se preparam para um congresso Eucarístico, com orações e penitência em vez de publicidade e mentira"

Abro este postal com a citação de Chesterton que considero mais adequada ao momento presente e, por muito que ore e me penitencie, o que encontro de verdadeiramente interessante nas propostas, promessas e compromissos dos candidatos é demasiado sóbrio.

Resumi tudo num único postal, formatando-o de modo a juntar, por temas, os diversos compromissos. Fácil é, ao benévolo leitor, compará-los. Com certeza se surpreenderá, como aconteceu comigo, ao descobrir quão semelhantes são todos eles. Creio bem que qualquer dos candidatos não recusaria defender as propostas de qualquer dos outros.

Não foi por acaso que os UpA subscreveram sessenta e quatro compromissos. Bastou repescar aqueles que foram assumidos em eleições anteriores, acrescentando uns quantos mais de que, entretanto, se lembraram. Nada mais simples!(1)  

A circunstância da semelhança de compromissos que, atrás, se evidencia, leva-me a interrogar-me sobre razões deste tipo de campanhas. Não seria preferível que estas pessoas, tantas delas com efectivas capacidades pessoais, intelectuais, de cultura e de carácter, se juntassem e decidissem colaborar em prol da sua Cidade e respectivas gentes? Sem sofismas?
Porque não tentar? Não bastará mudar as pessoas, com certeza. É necessário, sobretudo, mudar o sistema. É urgente um novo paradigma eleitoral no Poder Local, mais centrado nos executantes e menos nas promessas, quer se venham ou não a cumprir. Muitas delas são, bastas vezes, despropositadas, despesistas, e, até mesmo, condicionadoras da sustentabilidade do desenvolvimento da nossa cidade. 
Não sendo possível, para este ano, aqui deixo o desafio aos vários grupos políticos em presença, no sentido de considerarem esta proposta para 2017. Gostaria, muito francamente o digo, que, por essa altura, fosse possível propor ao Povo uma única lista de cidadãos, dignos, honestos, francos, verdadeiros, politicamente tolerantes, em suma, Gente de Honra, com o propósito firme de SERVIR e não de se servir, a quem pudéssemos, sem receio, entregar a administração do que a todos pertence.

Voltando aos compromissos e tendo em conta a semelhança da maior parte deles, resolvi escolher, três ou quatro temas que desenvolverei ao longo destes dias de campanha. Já referi o meu pensamento no que respeita ao Centro Cívico e ao PUCCA, sendo minha convicção de que, de todos os candidatos, apenas José Luís Marques tem efectiva noção de tudo quanto esteve na origem da sua definição e, bem assim, da absoluta necessidade de se repensar todo o processo.

J Silva Pereira
(1) Não incluiu, propositadamente, os compromissos dos UpA no postal comparativo, pelas razões apontadas AQUI

2 comentários:

Carlos Fonseca disse...

Admiro a sua persistência, bem como a consistência dos seus argumentos.

Receio, porém, que caiam em saco roto perante um povo amorfo (e às vezes acéfalo) que parece aceitar todo o mal que lhe fazem ser reagir.

Com um abraço de amizade e de admiração pela sua contribuição para o esclarecimento dos mais distraídos.

Unknown disse...

Há quanto tempo...! Há quanto tempo, Caríssimo Amigo!

Pois é, tem inteira razão. No relacionamento diário - principalmente agora em que a política local está na berra - cada vez noto mais a prepotência de uns poucos e o «acarneiramento» geral. Onde pára a Honra deste povo?

Quanto ao resto, vou fazendo o que posso. Sei que em tudo na vida há um tempo próprio para as coisas acontecerem. Acredito que a nossa espécie evoluirá no sentido da perfeição, sem, claro, a atingir. Fico de bem comigo próprio por contribuir com a minha pequena parte.

Obrigado pelos elogios, obviamente imerecidos.

Um grande abraço, com muita amizade

Silva Pereira