sábado, 3 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

Nota 6 - Associação Coragem de Mudar - A Não Candidatura

Como é do conhecimento geral - pelo menos de todos quantos acompanham a política valonguense - a Associação Coragem de Mudar nasceu na sequência das eleições autárquicas de 2009, em que um grupo de cidadãos, reunido em torno de Maria José Azevedo, conseguiu fazer eleger alguns dos seus para a Câmara (dois Vereadores), para a Assembleia Municipal (seis Deputados Municipais) e alguns membros (dois, em Alfena) para as assembleias das várias freguesias.

Surgiu a ideia de manter vivo o Movimento, através de uma associação cuja finalidade se definiu estatutariamente como "a promoção do desenvolvimento social, cultural e económico e, também, a participação cívica e política de cidadãos eleitores". Redigiram-se os Estatutos e elegeram-se Corpos Sociais mas, à medida da passagem do tempo, o entusiasmo foi diminuindo e a assiduidade foi rareando.

Alguns diferendos internos que não vêm agora ao caso, geraram incompatibilidades insanáveis, a última das quais surgiu na sequência de um contacto do Partido Socialista para a análise e estudo de um eventual acordo de incidência eleitoral. Tratando-se de matéria da competência da Assembleia da Associação, foi convocada uma Assembleia Geral Extraordinária para debate e decisão sobre o assunto. A Assembleia recusou, por maioria, quaisquer conversações com o Partido referido.

Seguiu-se uma reunião alargada dos Corpos Sociais para decidir qual o tipo de intervenção política possível, tendo em conta as circunstâncias. Desde logo ficou arredada a possibilidade de concorrer com listas próprias, por razões, sobretudo, de carácter financeiro. Entendeu-se, então, dar inteira liberdade de acção aos associados, desaconselhando-se, embora, qualquer colaboração com o PSD e o CDS-PP, conforme comunicado que, a seguir, se transcreve.

Posição da
Associação Coragem de Mudar
relativamente às próximas eleições autárquicas

1. A Direcção da Associação Coragem de Mudar está impedida, por deliberação da respectiva Assembleia-Geral ocorrida no dia 16MAR2013, de realizar acordos de carácter eleitoral com quaisquer partidos, imposição que cumprirá escrupulosamente, apesar das legítimas dúvidas que tem sobre a legalidade de tal deliberação. Isso não a impede de comunicar a sua posição sobre o acto eleitoral autárquico que se aproxima.
2. Perante as especulações que circularam e continuam a circular relativas a um propalado acordo da Direcção da Coragem de Mudar com o PS (com a distribuição de lugares elegíveis...), queremos reafirmar que tal acordo nunca existiu, nem houve promessas ou distribuição de lugares elegíveis ou não elegíveis. O que claramente houve foi uma mentira manipulada por gente interessada em desestabilizar candidatos e candidaturas e que, não tendo coragem ou não convindo aos seus interesses imediatos exibir o seu apoio incondicional ao PSD (que sempre disseram combater), inventaram esta forma ínvia de atingir os seus objectivos.
3. Face às candidaturas à Câmara de Valongo e aos diversos Órgãos do poder autárquico do nosso Concelho até agora conhecidas, a Direcção da Associação Coragem de Mudar declara que, do seu ponto de vista: a. É totalmente inviável patrocinar uma candidatura independente, pelo menos abrangendo todos os órgãos autárquicos; b. Todos os associados, bem como os membros dos corpos sociais, possuem total autonomia para, de forma inteiramente livre, integrarem, como independentes ou vinculando-se formalmente, se o acharem mais útil, as listas para quaisquer órgãos das freguesias, da Assembleia Municipal ou da Câmara;
4. Por outro lado e em coerência com a sua posição de sempre, a Direcção da Associação Coragem de Mudar assume a responsabilidade de desaconselhar vivamente -- pelas mesmas razões que nos moveram em 2009 e que não se extinguiram, antes pelo contrário, são agora mais vivas do que então, até porque não nos vendemos a ninguém -- a integração de listas apresentadas pelas forças políticas que ao longo dos últimos anos conduziram Valongo à situação de verdadeiro desastre em que se encontra – o PSD e o CDS-PP.
5. Por último, a Direcção declara que, mantendo-se a Associação equidistante das diversas candidaturas e portanto afastada da negociação directa com qualquer força política, não deixará no entanto de seguir atentamente a correlação de forças em relação à integração de associados nossos, reservando-se o direito de se pronunciar de forma crítica, sempre que razões de relevo indiciem um posicionamento dos mesmos não consentâneo com aquilo que consideramos ser o nosso valor e a nossa capacidade de ajudar a valorizar qualquer lista de candidatura em benefício das populações do nosso Concelho. 

Valongo, 24 de Maio de 2013
Pela Direcção
José Bandeira

Durante os últimos quatro anos assisti, praticamente, a todas as Assembleias de Freguesia, não me recordando de ter faltado a nenhuma delas. No que respeita às reuniões da Junta de Freguesia, já assim não foi. Como, propositadamente, não eram trazidos, às reuniões públicas, os assuntos verdadeiramente importantes, deixei, a partir de determinada altura, de marcar presença.

É minha profunda convicção de que a Associação Coragem de Mudar teve sempre um comportamento exemplar em termos de Democracia Representativa. Como já AQUI foi referido, foi graças à nossa Associação que o Executivo ainda em funções se viu obrigado a respeitar a Oposição, apesar de possuir maioria absoluta.

Acresce, por aquilo que pude ir apreciando, não abundarem políticos de qualidade elevada na nossa Freguesia, razão pela qual estou plenamente convencido de que a ausência de elementos da Associação é uma menos-valia para Alfena.

Todavia, as coisas são como são! Iremos assistir a mais quatro anos de pequenas intrigas, "tricazinhas", discussões por coisa nenhuma, decisões por maioria de votos - que é coisa que, no Poder Local, tem pouco de científico "porque o que é comum interessa a todos" - continuando-se a não pensar na cidade que queremos para daqui a 50 anos - moderna, planeada, com boa construção de bela arquitectura, isenta de poluição, limpa, asseada, interessante de ser vista e de nela se viver, com passado conservado e não destruído, boas áreas verdes, enfim, aquilo que hoje em dia, se apelida de cidade sustentável. 

J Silva Pereira

PS - Este texto, com algumas adaptações, foi publicado também no blogue "Valongo da Liberdade"

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