sábado, 10 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


Nota 7 - Baralhar e Voltar a Dar, ou o Resumo de Coisa Nenhuma! - 1ª parte

Prometi a mim mesmo não enveredar pela chicana política, como é frequente em situações de campanha eleitoral. Procurarei ser tão isento quanto possível, como se não conhecesse ninguém e valendo-me das informações que as diversas candidaturas vão distribuindo. Reagirei como cidadão interessado, mas, por hipótese, recém-chegado, que desconhece os candidatos e que não está vinculado a qualquer partido político.

Julgo haver muitos eleitores em circunstâncias semelhantes: as centenas de idosos que se recordam, apenas, do político que os levou a passear ou organizou "aquela festa", aqueles que votam porque o candidato é do "Porto", ou é do "Benfica", ou ainda aqueles que entendem dever agradecer "aquele beneficiozinho" ou a "ajuda social" que um tal lhes arranjou ou concedeu.

Obviamente que não é este o meu caso, mas, se fosse, em quem votaria eu? Nalgum dos referidos? No partido em que sempre votei? Num tal, de não sei quantos, que nem conheço? Ou não votaria, sequer? Se calhar, nem me daria ao trabalho de lá ir e viajaria até à praia ou ficaria em qualquer lado a ver TV e a beber uma cerveja fresca.

A verdade é que entre 30% a 40% dos eleitores abstêm-se, o que, curiosamente, não preocupa muito os candidatos!

As eleições no Poder Local têm características próprias. Em primeiro lugar os candidatos são, geralmente, pessoas que, numa oportunidade qualquer anterior, conhecemos. Alguém com quem falámos quando lá fomos tratar do assunto do jazigo ou da licença do cão e que, a partir dessa altura passamos a cumprimentar quando nos cruzamos na rua.  Mas quem os conhece efectivamente bem são os seus sequazes, mas, sobretudo, os seus inimigos políticos.
Em segundo lugar, há as promessas ou, no minimo, as suas propostas. Geralmente promete-se "este mundo e o outro", porque uma coisa é prometer e outra é pagar a promessa. Aliás, nunca há dinheiro para pagar nada, a não ser os próprios vencimentos - o trabalho autárquico não é gracioso (poucos seriam os voluntários!), mas profissionalizado - e o que resta, pouco mais dá do que para tapar uns quantos buracos, aqui e acolá.

O Orçamento da Freguesia de Alfena ronda os € 300.000,00, 43% do qual se destina a "consumo próprio", que é como quem diz, a pagar aos autarcas e aos funcionários.

Em terceiro lugar há essa "coisa" que se chama "Poder"! Poder influenciar uma decisão neste ou naquele sentido! Poder dizer sim ou dizer não! Facilitar a vida de um cidadão ou transformá-la num inferno! Enfim, poder ser um "pequeno ditador" e regozijar-se com isso.

Para podermos votar em consciência - nós que fazemos parte dos 60% ou 70% que cumprem esse Dever ou exercem esse Direito (como se queira entender) - temos mesmo de conhecer as pessoas em quem vamos votar, as suas qualidades e também, os seus defeitos, para não corrermos o risco de darmos poder - o tal Poder - a quem o não merece.

Como seres humanos que os candidatos são, poderão falhar no seu munus, mas é nossa obrigação - não esquecendo que, no Poder Local o que é comum, interessa a todos - evitarmos , empenhadamente, que isso aconteça.

Em Alfena, as primeiras figuras em presença são:
          CDU(PCP/Os Verdes)    - Francisco Gouveia
          PS                                - José Luis Marques
          PSD/PPM                     - Guilherme Roque
          UPA                              - Arnaldo Soares
E, por hoje, por aqui me fico.

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