sábado, 25 de abril de 2015

25 DE ABRIL DE 1974


Como Nacionalista e ex-Combatente do Ultramar, permito-me, com a devida vénia, transcrever o postal subscrito por José Pinto-Coelho, presidente do PNR, e publicado aqui!

Tinha intenções de escrever qualquer coisa a propósito, principalmente depois de ouvir o convite para as comemorações na Freguesia feito, na Quarta-Feira passada, pelo Sr.Presidente da nossa Junta, já depois de terminada a Assembleia.
Declarou, alto e bom som, pretender iniciar as comemorações com uma romagem ao talhão militar do Cemitério Paroquial! Que embusteiro! Ele e outros como ele, que deixaram ao abandono, durante décadas, o talhão militar, o qual só foi devidamente dignificado após dois anos de pressão feita pela "Coragem de Mudar" durante o anterior mandato.   


25 de Abril: liberdade? Não, embuste!

A propaganda maciça que há 41 anos formata as mentes com mentiras (a História é contada pelos que vencem), apresenta-nos o golpe do 25 de Abril de 1974 como um “acto heróico”, levado a cabo pelos capitães de Abril, a fim de conquistarem para os portugueses a “liberdade”, visto que, alegadamente, estes viviam “sufocados e oprimidos”. Antes de mais, é bom de notar que, nessa época da Guerra Fria entre os dois grandes blocos mundiais, quem vivia realmente oprimido e sem qualquer dignidade eram todos os povos dos países que gravitavam na esfera do bloco comunista. Esses sim, desde a União Soviética a Cuba, da China à Polónia, da Albânia ao Vietname, estavam subjugados por regimes violentos, de terror e anti-naturais, que oprimiam quase metade das nações existentes à época e, desde logo, todo o leste da Europa. A testemunhar este facto estão os quase 100 milhões de mortos provocados pelo Comunismo no século XX.

A verdade quanto ao 25 de Abril, porém, é bem diversa: os verdadeiros heróis estavam a lutar no Ultramar, numa guerra justa de defesa da Pátria e das populações locais, contra a cobiça das grandes potências mundiais que armara terroristas, abrigando-os em países vizinhos e hostis e que não representavam em nada a vontade e o sentir da maioria das populações daquelas que eram então as nossas Províncias Ultramarinas. Enquanto isso, um grupo de borra-botas, movido por motivações profissionais e longe do palco de guerra, teve a “corajosa ousadia” de derrubar, no Terreiro do Paço, um regime que, por várias razões, em rigor não passava de uma triste caricatura de si mesmo, e que cairia com o mais leve sopro. Poucos ou nenhuns militares estariam dispostos a defender o cadáver do dito regime. De contrário, ao som da primeira salva de tiros, os “heróis de Abril” teriam metido o rabo entre as pernas e recolhido aos quartéis.

A tal liberdade que tanto apregoam ter conquistado para os portugueses, afinal apenas se traduziu em liberdade de associação política e em suposta liberdade de expressão. Para além dessas duas facetas da liberdade, que outras vieram de novo? Nenhuma, creio. A não ser a liberdade dos corruptos, medíocres e saqueadores se apoderarem do aparelho do Estado e até hoje lá permanecerem.

Dando de barato que houve algumas liberdades conquistadas e algumas coisas positivas no novo Regime, importa contudo ter em conta que elas viriam naturalmente com o tempo, não pela mudança de regime, mas por evolução social natural.

Mas, olhando para os aspectos negativos da abrilada, o meu dedo acusador denuncia um rol infindável de situações para as quais seriam necessárias muitas páginas, ficando-me assim, apenas, pelos traços principais do que ele nos trouxe de desgraças.

Acuso o regime de Abril de ter sido responsável pela maior traição de nossa História: a entrega incondicional do Ultramar a potências estrangeiras, mutilando assim quinhentos anos de História e construção nacional, traindo o sangue e a memória dos nossos antepassados e dos combatentes de então; gerando o êxodo dramático dos “retornados” e o genocídio dos que lá ficaram. Acuso o 25 de Abril desta página de vergonha, desonra, traição e desgraça.

Acuso o 25 de Abril de ter feito cair o poder na rua, às mãos do terror comunista, que quase nos levou à guerra civil e destruiu no espaço de meses a estabilidade económica, produtiva e social do país.

Acuso o 25 de Abril de ter desmantelado a soberania nacional, lançando-nos numa aventura federalista europeia e, a troco de dinheiro e benesses materiais, prostituiu a Pátria, vendendo-a a retalho, a interesses estrangeiros e privados. Aniquilou o nosso tecido produtivo e fez de Portugal um país de serviços, que consome muito mais do que produz. À conta disso, além de uma dívida externa insustentável de mais 130% do PIB (era de apenas 15% em 1974), hoje navegamos à vista, sem desígnios nacionais, subjugados pelas ordens que vêm de fora e nos humilham.

Acuso o 25 de Abril de ter feito emergir a pior classe de políticos que nos podia ter tocado em sorte: ladrões sem escrúpulos, oportunistas, interesseiros, traidores, vendidos, cobardes, corruptos e medíocres. São estes que vivem do Regime e para o Regime, blindando-o e servindo-se dele em vez de servirem Portugal e os Portugueses. Vivem dos lóbis, da maçonaria e do tráfico de influências. Protegem-se entre si, promovem os amigos e ostracizam quem não alinha nestas jogadas.

Acuso o 25 de Abril de instituir a mentira histórica, com propaganda maciça e espartilhos ideológicos, elevando os inimigos e os zé-ninguém a heróis e rebaixando os heróis e os grandes vultos a réprobos. De introduzir toda a espécie de aberrações, servindo uma mentalidade materialista e egoísta, estupidificar as massas, promover a cultura de morte e a destruição de Valores intemporais tão essenciais à sociedade.

Por fim, e como resultado de quatro décadas de destruição nacional, olhamos em redor e vemos o lodaçal em que estamos enterrados: injustiça social; impunidade do crime; insegurança; emigração como nunca se viu, invasão imigrante, crescimento demográfico negativo e, consequentemente, substituição populacional; falta de perspectivas no futuro; desemprego recorde e o emprego precário e quase escravo… 

Enfim, no marasmo em que nos encontramos, ao faltar soberania e estabilidade económica, não há liberdade colectiva, e ao faltar segurança nas ruas, nos empregos e no futuro, não há liberdade individual. Então, afinal o tal “Dia de Liberdade”, em rigor, trouxe-nos a falta dela. Efectivamente, todos nós sentimos, no nosso quotidiano, que cada vez mais, se impõem proibições, por um lado, e obrigações, por outro. A liberdade, essa, cada vez tem menos espaço para respirar. Excepto para uns poucos.

Sobre este regime e a sua pretensa liberdade é caso para dizer: “Ó liberdade, quantos crimes em teu nome se cometeram!” O 25 de Abril é por isso sinónimo de desgraça e crime (impune). É, por conseguinte, um dia de luto no nosso calendário.
Mas estes crimes de Abril têm que ser julgados e condenados pelos portugueses que se orgulham da sua Pátria e a querem perpetuar. Por isso, o dia 26 de Abril tem que ser o primeiro dia de luta de todos os restantes do ano. Não para reeditar o que quer se seja, pois o passado pertence à História, mas sim para Renovar Portugal, recuperando os Valores intemporais e projectando-os no futuro.

Um Nacionalista não se rende nem desiste. Nem chora sobre o leite derramado, nem folheia com estéril saudosismo, páginas amareladas pelo tempo. Luta por algo novo! Em Honra à memória dos antepassados e em nome dos vindouros, cumpre-nos lutar, com coragem e de modo consequente, pelo fim deste regime tenebroso e construir uma nova alvorada num Portugal renovado.

É essa a nossa obrigação! E que nos pese bem se falharmos com ela!

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