Com a devida vénia a Legio Victrix
O mercado é inerentemente uma instituição global. O mercado é
não-racista, não-nacionalista, e não-religioso, pois enquanto as decisões forem
tomadas apenas em termos monetários, a raça, nacionalidade, e religião dos
compradores e vendedores simplesmente não importa. Normalmente, elas são
totalmente desconhecidas.
Eu conheço a identidade étnica dos donos da loja de tapetes arménios
e do restaurante chinês na esquina. Mas qual é a raça, etnia, ou nacionalidade
da Coca-Cola Corporation? Seus investidores, empregados, e clientes possuem uma
qualquer identidade do mundo. Mas a corporação não possui nenhuma. É global,
cosmopolita. Como o seu famoso jingle nos diz, quer ensinar o mundo a cantar em
perfeita harmonia, o que quer dizer que pretende um planeta pacificado no qual
as pessoas abandonaram todas as fronteiras e identidades que possam impedir a
venda de coca-cola.
Globalização é o processo de fazer com que o potencial
inerentemente global e cosmopolita do mercado se torne realidade pela
destruição das barreiras raciais, nacionais, religiosas, e culturais como sejam
as leis proteccionistas, as proibições religiosas à usura, as antigas
inimizades entre povos, as ligações sentimentais à própria comunidade, tribo,
terra natal, etc..
Para os consumidores do Primeiro Mundo, a globalização começa como
uma coisa boa. Podem, com os seus salários de Primeiro Mundo, comprar enormes
quantidades de bens baratos, manufacturados no Terceiro Mundo. Para os capitalistas
do Primeiro Mundo, é ainda melhor, pois podem obter enormes lucros, vendendo
bens do Terceiro Mundo a preços apenas ligeiramente menores do que bens manufacturados
no Primeiro Mundo - e embolsar a diferença.
Por exemplo, e usando números arbitrários, quando os sapatos eram
feitos na América, um par de sapatos, sendo vendido a $100, poderia ser manufacturado
por um trabalhador recebendo $10/hora, 40 horas/semana, mais horas extras,
benefícios vários e férias, trabalhando numa fábrica construída sob conceitos
de saúde, de segurança, e de impacto ambiental. Claro que parece coisa demasiada,
mas tal nunca foi impedimento dos fabricantes de sapatos americanos se tornarem
milionários.
E quando esses fabricantes deixavam a sua fábrica, ao fim do dia, os
seus carros de luxo dividiriam a estrada com os carros modestos de seus
próprios empregados. Passariam por um centro comercial cheio de gente, no qual
as esposas de seus empregados faziam compras; passariam pela escola frequentada
pelos filhos de seus empregados; poderiam até ir ao jogo de futebol escolar
local e “torcer” pelos filhos de seus trabalhadores; poderiam conduzir através
de bairros, com casas bem pintadas e jardins cuidados, onde os seus empregados
viviam. E quando chegavam às suas mansãos com colunas, eles simplesmente sairiam
da estrada e entrariam na garagem. Não havia portões de segurança nem guardas
para protegê-los.
Com a globalização, porém, um par de sapatos similar, vendido a
$95 poderá ser manufacturado na Indonésia por um coitado esfomeado recebendo
uma fracção do salário americano, sem horas extraordinárias, sem férias, ou outros
benefícios, numa fábrica sem condicionantes relativas à saúde, à segurança, ou
ao impacto ambiental. E o fabricante de sapatos embolsa a diferença.
Mesmo que um empresário americano de uma fábrica de sapatos
fundada na América, sediada na América, empregando americanos, tivesse uma
ligação sentimental com sua nação e seus empregados, ele não poderá competir
com rivais que não possuem essas ligações. No fim, ele terá que fechar a sua
fábrica: ou para transferir empregos para o Terceiro Mundo, ou, simplesmente,
por falência. Assim, o processo de globalização selecciona e recompensa o
cosmopolitismo e os sentimentos anti-nacionais, anti-patrióticos e
anti-comunitários.
A longo prazo, globalização significa uma coisa: a uniformização
de salários e padrões de vida por todo o globo. Isso quer dizer que os níveis
de vida no Primeiro Mundo cairão profundamente e os níveis de vida no Terceiro
Mundo se elevarão um pouquinho, até que a paridade seja alcançada. Por outras
palavras, globalização significa a destruição do proletariado e da classe média
americanas, uma redução de seu nível de vida até àquele do Terceiro Mundo.
Globalização significa uma reversão do progresso dos níveis de vida desde a
revolução industrial.
Especificamente, globalização significa a reversão do genuíno
progresso conseguido pela esquerda: melhores salários, jornada de trabalho
menor, e diversos benefícios conseguidos pelo movimento sindicalista; programas
de saúde, segurança, bem-estar e aposentação criados por liberais e
social-democratas (que não existe no Terceiro Mundo); e as protecções
ambientais conseguidas por ecologistas (que são impostas sobre o Terceiro Mundo
pelo Primeiro Mundo, que não mais terá esse luxo).
A globalização também afecta os ricos. Em primeiro lugar, aqueles
que se tornaram ricos vendendo coisas para o proletariado e classe média do
Primeiro Mundo desaparecerão juntamente com os seus consumidores. Não subsistirá
mercado para cortadores de relva e atrelados de campismo. Os ricos que sobrarem
produzirão ou para os super-ricos globais ou para o proletariado global. E as
vidas dos ricos também serão dramaticamente transformadas. Algumas pessoas
ficarão, de facto, muito ricas desmontando o Primeiro Mundo. Mas acabarão a
viver como os ricos do Terceiro Mundo.
Deslocar-se-ão, através de favelas, das suas fábricas ou
escritórios fortificados para mansões fortificadas, em limousines blindadas com
seguranças armados. Conviverão em clubes exclusivos e passarão as férias em
resorts igualmente exclusivos sob os olhos vigilantes de seguranças. Como Maria
Antonieta, que gostava de brincar de leiteira nos jardins de Versalhes, eles
podem até fingir que não passam de boémios
em flats milionários em Haight Ashbury, ou cowboys em ranchos de vinte milhões
de dólares em Wyoming, ou camponeses de Nova Inglaterra em casas de campo
milionárias em Martha's Vineyard - havendo chegado ao topo de um sistema que
exterminou as pessoas que criaram esses estilos de vida.
As consequências não são secretas. Não são aleatórias e nem são imprevisíveis. Não são, sequer, misteriosas ou controversas. Estão previstas em
cada livro de introdução à economia. Mostram-se, na estagnação dos níveis de vida
do proletariado e da classe média na década de 70 e no declínio da última
década, em que 50.000 fábricas americanas fecharam as portas, muitas para
transferir seus postos de trabalho para o exterior - enquanto milhões de
imigrantes, legais e ilegais, chegaram para competir com americanos pelos
trabalhos que sobram, reduzirem os salários, e beneficiar de serviços públicos
pelos quais não pagam.
Porém as classes média e trabalhadora americanas jamais foram
chamadas a qualquer escolha no que respeita à globalização, pela razão óbvia de
que jamais teriam aprovado o seu próprio empobrecimento. O movimento sindical,
os partidos políticos, as igrejas, e todas as outras forças que teriam sido
capazes de resistir à globalização foram cooptadas.
Progressistas sinceros reconhecem os efeitos destrutivos da
globalização, mas a maioria deles acha que a única alternativa ao capitalismo
global é o socialismo global, que não é solução alguma, mesmo que pudesse ser
alcançado.
Mas se nós rejeitarmos a globalização, qual é a unidade económica
natural? É aqui que os nacionalistas brancos são capazes de responder às
preocupações genuínas do movimento Occupy e outras críticas progressistas da
globalização. Pois a fronteira onde a globalização termina é a nação. Os EUA e
cada uma das nações europeias entraram na modernidade e conseguiram a maior
parte de seu progresso económico e social praticando políticas económicas
nacionalistas, incluindo o proteccionismo. A prosperidade e a justiça social
retornarão quando a globalização for substituída pelo nacionalismo económico.
Os liberais abominam o proteccionismo por beneficiar um grupo à
custa de outro (como se a globalização não fizesse exactamente o mesmo). Mas
esse é o modo errado de ver a questão. Cada indivíduo usa chapéus diferentes e
desempenha papéis diferentes: produtor, consumidor, membro de família, cidadão,
etc. O livre comércio faz de nós bons consumidores, mas também faz de nós maus
cidadãos arruinando a justiça social e a soberania nacional. O proteccionismo
limita a nossa capacidade de aquisição como consumidores, mas fortalece-nos
como cidadãos. O livre comércio fortalece, apenas, alguns empresários às custas
do bem comum, fazendo deles maus cidadãos. O proteccionismo e regulamentações
semelhantes fazem de todos os empresários bons cidadãos impedindo que seja
possível lucrar às custas do bem comum, mas não impossibilitando oportunidades
de gerar riqueza de modo socialmente aceitável.
Mas a concretização da globalização, socialista ou capitalista,
não valeria a pena, se ela realmente pudesse conduzir a um mundo sem nações,
fronteiras, e guerras? É a esperança utópica que sustenta a lealdade de muitos
defensores da globalização, apesar da difusão da desolação pela face da Terra.
É a mesma esperança que sustentava comunistas, apesar dos oceanos de sangue
derramados.
Há duas respostas básicas a isso. Uma, que o utópico fanático
jamais aceitará, é afirmar que não vale a pena. A outra é afirmar que um mundo
sem nações nunca será alcançado, e que as pessoas que lutam por isso, ademais,
não são sérias a esse respeito. Globalização não é a superação do nacionalismo,
mas meramente o modo pelo qual as nações, dominadas pelo mercado, rompem
barreiras expandindo seu próprio poder económico. As insurreições coloridas de
hoje, na Europa Oriental e no mundo islâmico, são meramente a versão moderna da
diplomacia imperialista de séculos passados. George Soros é apenas o Cecil
Rhodes de hoje.
Capitalistas, como Soros, é claro, são os pregadores primários de
esquemas universalistas tais como comércio global, fronteiras abertas,
miscigenação racial, multiculturalismo, e outras formas de destruição de
identidade. Mas, entre si, não dão sinais de praticar essas mesmas políticas. O
que é deles, eles preservam; o que é nosso é negociável. A implicação é óbvia:
seu objectivo é destruir todas as fronteiras nacionais e identidades raciais e
culturais que servem como impedimentos à expansão do poder do dinheiro. A
globalização não é um caminho para a liberdade universal. É a criação de um só
pescoço para levar um grilhão por toda a eternidade.
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A conclusão é clara: defensores progressistas da globalização ou
são ignorantes ou são desonestos quando apoiam um processo que irá empobrecer e
escravizar o povo que eles pretendem defender. Existe um vasto eleitorado na
América para um partido político progressivo, proteccionista, anti-global,
nacionalista e racialmente consciente. Ele está apenas esperando uma liderança.
Greg Johnson
Nota do Autor do Blogue:
Como facilmente pode ser verificado seguindo a ligação para o blogue de origem, foi tomada a liberdade de alterar a redacção da tradução brasileira, de modo a torná-la mais acessível a leitores do português europeu.
Decidiu-se, também, truncar o artigo em três parágrafos, por razões de alguma discordância ideológica.
PORTO DA LIBERDADE
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