quarta-feira, 28 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


Nota 10 - Saúde Pública e Urgência Pediátrica

No ciberespaço político de hoje não falta que verbere a transferência dos serviços de urgência pediátrica de Valongo para o Centro Hospitalar de S. João, no Porto. É evidente que a ideia subjacente é a economia de recursos e sobre isso não vou pronunciar-me. 

Não posso, porém, deixar de referir dois aspectos da questão.

O primeiro, prende-se com o facto de João Paulo Baltazar, actual Presidente e, também, candidato à Presidência da Câmara, ter referido, em passado não muito distante, que lhe haviam garantido - se bem me lembro um tal M. A. Santos Costa - que as urgências de Valongo não fechariam. A menos que a pediátrica não seja urgência, eis aqui a primeira promessa que fica no tinteiro.

Quem não se importará com isso, penso eu, é a população de Alfena, aquela que embandeirou em arco com a inauguração do Hospital Privado. Não só acabou o desemprego na cidade, tantos foram, como se sabe, os postos de trabalho criados, como tem à disposição, além de outras, uma urgência pediátrica. Ah! Esquecia-me de dizer que é preciso pagar ou ser beneficiário dos acordos negociados.

O negócio da saúde é um negócio como outro qualquer. Num quadro de economia aberta é capaz de fazer sentido, quanto mais não seja pela concorrência, em termos de qualidade, com o serviço público. As Misericórdias, essa instituição tão genuinamente portuguesa (como a elas se referia António Sardinha), desde há muito que o exercem. 

Mas isto é uma coisa e outra é o benefício do povo, o "peixe que é vendido" à população pelos profissionais da política . Na realidade é o benefício desses políticos. É o maná da negociata de terrenos e da própria construção, para além de outros, directos ou indirectos. Que o digam alguns dos UpA, sobretudo o mandatário de 2009.

Admira-me que o povo continue a ir na cantiga desta gente em vez de os correr à vassourada. Razão tem quem dizia que "o que mais temia nas eleições era a iliteracia dos eleitores"!

J Silva Pereira

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


Nota 9 - Resumo da Síntese ou Síntese do Resumo, tanto vale!


As campanhas eleitorais, em especial as Autárquicas, são sui generis no que respeita à sua forma. Quero dizer com isto que as candidaturas fazem todas o mesmo circo. Dispõem-se cartazes em sítios estratégicos, pelo menos um de cada uma delas, os apoiantes reúnem-se, uns aqui e outros acolá, mas com vinho, cerveja e churrasco idênticos, os cortejos automóveis são à vez cada um mas ninguém falha e os discursos uma espécie de chapa 5: dizer mal dos adversários e prometer este mundo e a lua!


Grupos há, porém, que puxam pela imaginação e usam alguns truques baixos, como, por exemplo, um RSI à maneira. Não sei, mas disseram-me que há, por esta terra, quem esteja a oferecer bilhas de gás! Bilhas de gás? Será mesmo verdade? Não lembra ao diabo!

Escapa, mas não muito, no meio disto tudo alguns panfletos que nos vão informando das intenções de cada grupo. Que isso pouco vale, não tenho dúvidas, mas, pelo menos a mim, servir-me-á para, daqui a quatro anos, se ainda por cá andar, cotejar a promessa com a realização e rir-me, então, um bom bocado.

Entretanto, vou preferindo reler as entrevistas e respigar nas redes sociais. Há propostas q.b.. 

Comparêmo-las, por descargo de consciência.

Acessibilidades 
Guilherme Roque e o seu PSD propõem a criação de uma via rodoviária alternativa à ponte de S. Lázaro, a construção de passeios e a pavimentação de algumas ruas. Defendem, ainda, a recuperação da ponte na Rua de Santa Isabel, bem como a pavimentação da artéria.


José Luís Marques e o seu PS defendem um séria intervenção nos passeios e passadeiras. Louvável, sobretudo, a especial atenção que promete dar às questões relacionadas com a mobilidade reduzida de alguns cidadãos

Ambiente 
Francisco Gouveia e a sua CDU defendem uma intervenção conjunta das forças políticas, tendo em vista encontrar uma solução para o atravessamento da cidade pelos muitos cabos eléctricos e de comunicações.

Guilherme Roque propõe-se a continuar a obra de S. Lázaro, que considera o embrião do futuro Parque da Cidade. Defende, também, a continuação das acções de limpeza do Rio Leça.

José Luís Marques diz que o Leça deve ser encarado como uma mais valia e, por isso, deve ser desassoreado, as ligações clandestinas eliminadas e as levadas e os moinhos, recuperados.

Apoio Social
Guilherme Roque defende o aprofundamento da ligação às IPSS, iniciativas de solidariedade para angariação de livros, roupas e outros bens e a criação de um pelouro para o emprego e apoio aos desempregados. Propõe, também, a criação de hortas agrícolas.

José Luís Marques preconiza o estabelecimento e a gestão de parcerias com as IPSS existentes: AVA e CSPA e pretende criar uma rede de luta contra a exclusão social e de apoio a idosos.

Associativismo e Organizações Locais
Francisco Gouveia entende que o apoio às colectividades deve ser reforçado.

Guilherme Roque defende que as diversas iniciativas sejam concretizadas em conjunto com o movimento associativo da Cidade.

José Luís Marques pretende estimular o aparecimento de novas organizações e estabelecer regras claras e realistas nos apoios a conceder. 

Centro Cívico
Francisco Gouveia pergunta "para quando a construção do Centro Cívico.

Guilherme Roque pretende definir o Centro Cívico e negociar os terrenos em frente à Igreja.

José Luís Marques entende que o Centro Cívico deve voltar a ser uma prioridade.

Centro Cultural
Guilherme Roque defende a dinamização do Centro através de exposições.

José Luís Marques pretende melhorar a dinamização e o aproveitamento do Centro.

Centro de Saúde

Francisco Gouveia promete continuar a lutar pelo arranque da construção do novo Centro de Saúde.

Guilherme Roque pretende que seja uma realidade a curto prazo.

Cultura e Desporto
Francisco Gouveia defende a urgência em dar vida à Casa da Juventude, bem como a construção de uma pista de corrida integrada num parque de lazer.

Guilherme Roque propõe a realização de feiras anuais de artesanato, de colectividades e de troca de livros. Quanto a desporto, refere a necessidade da sua promoção através de iniciativas como o atletismo, o ciclismo e o futebol. 

José Luís Marques pretende a criação de parques de lazer e espaços para a prática de desportos radicais. Quer, também, criar uma rede de percursos urbanos e rurais para caminhadas, ciclo-turismo e BTT  
Pretende, ainda, requalificar a zona sob o viaduto da A41, para espaço de convívio e prática desportiva e criar um parque de manutenção desportiva, na Rua da Telha.
No aspecto cultural, defende o apoio à requalificação do auditório do CSPA, antigo cinema, para reforço da capacidade de realização de eventos culturais.  

Educação
José Luís Marques pretende que as escolas sejam objecto de mais atenção. Que se não sacrifiquem verbas orçamentais destinadas à educação, em projectos futebolísticos;
Acredita, sem exemplificar, em projectos educativos que estimulem a interacção - Escola - População - Junta.

Fazer Diferente
Guilherme Roque promete receber os cidadãos e, a todos, ouvi-los. Pretende, também, devolver a Alfena e à Junta a dignidade e o respeito de outrora e desenvolver bom relacionamento com todas as entidades.
Defende a criação de uma Associação de Freguesias do Médio Vale do Leça. 

José Luís Marques pretende eliminar o registo prévio do sítio da Junta, de modo a que se possa aceder, livremente, a toda a documentação relevante;
Vai avançar com os Orçamentos Participativos.

Habitação Social
Francisco Gouveia defende a necessidade de construção de habitação social, que, segundo diz, não há.

Saneamento e Abastecimento Público de Água
Francisco Gouveia lutará pelo fim de ruas sem saneamento básico e sem abastecimento de água.

José Luís Marques exige a cobertura da cidade com estas infra-estruturas.

Serviços Postais
Francisco Gouveia lutará pelo não encerramento da única estação dos CTT existente.

Unidade de Cuidados Continuados
Francisco Gouveia traz uma proposta nova e pertinente. Uma Unidade de Cuidados Continuados seria a prioridade das prioridades. Faz falta em qualquer lado e não há em parte nenhuma..

Urbanismo 



(Actualizado em 16/09/2013) com a síntese das propostas de Guilherme Roque)

J Silva Pereira  

sábado, 17 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


Nota 8 - Baralhar e Voltar a Dar, ou o Resumo de Coisa Nenhuma! - 2ª. parte

Os Candidatos (do latim candidatu-, «vestido de branco»)

Das quatro "primeiras figuras" candidatas não conheço uma delas, conheço duas do normal relacionamento social e muito bem, pelas piores razões, a restante. Entretanto, e fiel ao meu princípio de que nos é absolutamente necessário conhecer aqueles em quem votamos, procurei obter toda a informação possível, tendo em conta, sobretudo, a minha «recém-chegada política» à cidade.

Na Roma antiga, os candidatos ao "Forum" envergavam toga branca por se acreditar que o branco era a cor da pureza e da probidade. Era, pois, facilmente reconhecido o seu intento. Hoje em dia, mesmo numa pequena cidade como Alfena, torna-se necessário que o candidato distribua uns quantos cartazes com a respectiva fotografia, cumprimente e converse com os eleitores nos cafés e à saída da missa e de vez em quando, organize um evento musical qualquer, com alguns "comes e bebes" à mistura. Na Roma já referida, comprava-se o apoio do cidadão com "panem et circensis". Hoje, a técnica só variou na ordem das coisas: "circensis et panem".

Regressando à actualidade, devo dizer que, ainda não consegui ver um único cartaz com a fotografia do candidato da CDU, Francisco Gouveia. Consultei, uma vez mais, o blogue da formação política e fiz uma visita à página do Facebook. Não vi nada que já não soubesse, isto é, absolutamente nada quanto à pessoa do candidato.

Conheço, pessoalmente, Guilherme Roque, que concorre pelo PSD. Não é um conhecimento profundo, tratando-se mais do resultado dum normal relacionamento social. É pessoa de bom trato, afável e educado. Com ele, mesmo os adversários podem dialogar com proveito para ambos os lados. Tem uma enorme experiência como autarca, pois esteve à frente da Junta durante 5 mandatos seguidos. Conhece muito bem a cidade e as suas gentes.

José Luís Marques, do PS, é o candidato com o perfil mais detalhado publicado na comunicação social. Com ele, tenho um mero relacionamento social, relativamente recente aliás, apesar de se encontrar ligado a uma família que conheço bem, há mais de 50 anos. É militante já antigo do PS, por quem foi membro da Assembleia de Freguesia, na década de 1980. Exerceu, também, vários cargos na Associação de Pais da Escola E B 2,3, de Alfena. Segundo sei, é licenciado em Engenharia e dirige um gabinete de arquitectura. Tal como Roque, conhece como ninguém Alfena e os seus habitantes.        

O candidato dos UpA é, mais uma vez, Arnaldo Soares, perdida que foi a hipótese de uma candidatura à presidência da Câmara. Participou de quatro dos Executivos de Guilherme Roque e obteve a Presidência da Junta nas eleições de 2005, renovando-a nas Intercalares de 2009. Foi dado, novamente, como candidato para Outubro de 2009, mas a sua ambição fê-lo aceitar integrar-se na lista de Vereadores de Fernando Melo. Com este, e gerindo o Pelouro das Finanças, colaborou activamente em levar Valongo à situação de verdadeiro desastre em que o Município se encontra. Demitiu-se do Executivo, antes que fosse convidado a sair.
Pessoalmente, considero-o uma pessoa venal, falsa, traiçoeira, vaidosa, supinamente interesseira e ambiciosa. A coisa pública só lhe importa na medida do ganho que lhe pode proporcionar. A sua "sociedade" com um conhecido "arquitecto/engenheiro", nos tempos de um, também venal, Vereador do Urbanismo, foi um sucesso.
Sei do que falo!  
Tenho, por este espécime, o maior dos desprezos!
É mais que tempo de desaparecer, ele e também alguns da sua "entourage", da vida política de Alfena e de Valongo. Engana demasiada gente há demasiado tempo!


J Silva Pereira

sábado, 10 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha


Nota 7 - Baralhar e Voltar a Dar, ou o Resumo de Coisa Nenhuma! - 1ª parte

Prometi a mim mesmo não enveredar pela chicana política, como é frequente em situações de campanha eleitoral. Procurarei ser tão isento quanto possível, como se não conhecesse ninguém e valendo-me das informações que as diversas candidaturas vão distribuindo. Reagirei como cidadão interessado, mas, por hipótese, recém-chegado, que desconhece os candidatos e que não está vinculado a qualquer partido político.

Julgo haver muitos eleitores em circunstâncias semelhantes: as centenas de idosos que se recordam, apenas, do político que os levou a passear ou organizou "aquela festa", aqueles que votam porque o candidato é do "Porto", ou é do "Benfica", ou ainda aqueles que entendem dever agradecer "aquele beneficiozinho" ou a "ajuda social" que um tal lhes arranjou ou concedeu.

Obviamente que não é este o meu caso, mas, se fosse, em quem votaria eu? Nalgum dos referidos? No partido em que sempre votei? Num tal, de não sei quantos, que nem conheço? Ou não votaria, sequer? Se calhar, nem me daria ao trabalho de lá ir e viajaria até à praia ou ficaria em qualquer lado a ver TV e a beber uma cerveja fresca.

A verdade é que entre 30% a 40% dos eleitores abstêm-se, o que, curiosamente, não preocupa muito os candidatos!

As eleições no Poder Local têm características próprias. Em primeiro lugar os candidatos são, geralmente, pessoas que, numa oportunidade qualquer anterior, conhecemos. Alguém com quem falámos quando lá fomos tratar do assunto do jazigo ou da licença do cão e que, a partir dessa altura passamos a cumprimentar quando nos cruzamos na rua.  Mas quem os conhece efectivamente bem são os seus sequazes, mas, sobretudo, os seus inimigos políticos.
Em segundo lugar, há as promessas ou, no minimo, as suas propostas. Geralmente promete-se "este mundo e o outro", porque uma coisa é prometer e outra é pagar a promessa. Aliás, nunca há dinheiro para pagar nada, a não ser os próprios vencimentos - o trabalho autárquico não é gracioso (poucos seriam os voluntários!), mas profissionalizado - e o que resta, pouco mais dá do que para tapar uns quantos buracos, aqui e acolá.

O Orçamento da Freguesia de Alfena ronda os € 300.000,00, 43% do qual se destina a "consumo próprio", que é como quem diz, a pagar aos autarcas e aos funcionários.

Em terceiro lugar há essa "coisa" que se chama "Poder"! Poder influenciar uma decisão neste ou naquele sentido! Poder dizer sim ou dizer não! Facilitar a vida de um cidadão ou transformá-la num inferno! Enfim, poder ser um "pequeno ditador" e regozijar-se com isso.

Para podermos votar em consciência - nós que fazemos parte dos 60% ou 70% que cumprem esse Dever ou exercem esse Direito (como se queira entender) - temos mesmo de conhecer as pessoas em quem vamos votar, as suas qualidades e também, os seus defeitos, para não corrermos o risco de darmos poder - o tal Poder - a quem o não merece.

Como seres humanos que os candidatos são, poderão falhar no seu munus, mas é nossa obrigação - não esquecendo que, no Poder Local o que é comum, interessa a todos - evitarmos , empenhadamente, que isso aconteça.

Em Alfena, as primeiras figuras em presença são:
          CDU(PCP/Os Verdes)    - Francisco Gouveia
          PS                                - José Luis Marques
          PSD/PPM                     - Guilherme Roque
          UPA                              - Arnaldo Soares
E, por hoje, por aqui me fico.

sábado, 3 de agosto de 2013

AUTÁRQUICAS 2013 - Notas de Campanha

Nota 6 - Associação Coragem de Mudar - A Não Candidatura

Como é do conhecimento geral - pelo menos de todos quantos acompanham a política valonguense - a Associação Coragem de Mudar nasceu na sequência das eleições autárquicas de 2009, em que um grupo de cidadãos, reunido em torno de Maria José Azevedo, conseguiu fazer eleger alguns dos seus para a Câmara (dois Vereadores), para a Assembleia Municipal (seis Deputados Municipais) e alguns membros (dois, em Alfena) para as assembleias das várias freguesias.

Surgiu a ideia de manter vivo o Movimento, através de uma associação cuja finalidade se definiu estatutariamente como "a promoção do desenvolvimento social, cultural e económico e, também, a participação cívica e política de cidadãos eleitores". Redigiram-se os Estatutos e elegeram-se Corpos Sociais mas, à medida da passagem do tempo, o entusiasmo foi diminuindo e a assiduidade foi rareando.

Alguns diferendos internos que não vêm agora ao caso, geraram incompatibilidades insanáveis, a última das quais surgiu na sequência de um contacto do Partido Socialista para a análise e estudo de um eventual acordo de incidência eleitoral. Tratando-se de matéria da competência da Assembleia da Associação, foi convocada uma Assembleia Geral Extraordinária para debate e decisão sobre o assunto. A Assembleia recusou, por maioria, quaisquer conversações com o Partido referido.

Seguiu-se uma reunião alargada dos Corpos Sociais para decidir qual o tipo de intervenção política possível, tendo em conta as circunstâncias. Desde logo ficou arredada a possibilidade de concorrer com listas próprias, por razões, sobretudo, de carácter financeiro. Entendeu-se, então, dar inteira liberdade de acção aos associados, desaconselhando-se, embora, qualquer colaboração com o PSD e o CDS-PP, conforme comunicado que, a seguir, se transcreve.

Posição da
Associação Coragem de Mudar
relativamente às próximas eleições autárquicas

1. A Direcção da Associação Coragem de Mudar está impedida, por deliberação da respectiva Assembleia-Geral ocorrida no dia 16MAR2013, de realizar acordos de carácter eleitoral com quaisquer partidos, imposição que cumprirá escrupulosamente, apesar das legítimas dúvidas que tem sobre a legalidade de tal deliberação. Isso não a impede de comunicar a sua posição sobre o acto eleitoral autárquico que se aproxima.
2. Perante as especulações que circularam e continuam a circular relativas a um propalado acordo da Direcção da Coragem de Mudar com o PS (com a distribuição de lugares elegíveis...), queremos reafirmar que tal acordo nunca existiu, nem houve promessas ou distribuição de lugares elegíveis ou não elegíveis. O que claramente houve foi uma mentira manipulada por gente interessada em desestabilizar candidatos e candidaturas e que, não tendo coragem ou não convindo aos seus interesses imediatos exibir o seu apoio incondicional ao PSD (que sempre disseram combater), inventaram esta forma ínvia de atingir os seus objectivos.
3. Face às candidaturas à Câmara de Valongo e aos diversos Órgãos do poder autárquico do nosso Concelho até agora conhecidas, a Direcção da Associação Coragem de Mudar declara que, do seu ponto de vista: a. É totalmente inviável patrocinar uma candidatura independente, pelo menos abrangendo todos os órgãos autárquicos; b. Todos os associados, bem como os membros dos corpos sociais, possuem total autonomia para, de forma inteiramente livre, integrarem, como independentes ou vinculando-se formalmente, se o acharem mais útil, as listas para quaisquer órgãos das freguesias, da Assembleia Municipal ou da Câmara;
4. Por outro lado e em coerência com a sua posição de sempre, a Direcção da Associação Coragem de Mudar assume a responsabilidade de desaconselhar vivamente -- pelas mesmas razões que nos moveram em 2009 e que não se extinguiram, antes pelo contrário, são agora mais vivas do que então, até porque não nos vendemos a ninguém -- a integração de listas apresentadas pelas forças políticas que ao longo dos últimos anos conduziram Valongo à situação de verdadeiro desastre em que se encontra – o PSD e o CDS-PP.
5. Por último, a Direcção declara que, mantendo-se a Associação equidistante das diversas candidaturas e portanto afastada da negociação directa com qualquer força política, não deixará no entanto de seguir atentamente a correlação de forças em relação à integração de associados nossos, reservando-se o direito de se pronunciar de forma crítica, sempre que razões de relevo indiciem um posicionamento dos mesmos não consentâneo com aquilo que consideramos ser o nosso valor e a nossa capacidade de ajudar a valorizar qualquer lista de candidatura em benefício das populações do nosso Concelho. 

Valongo, 24 de Maio de 2013
Pela Direcção
José Bandeira

Durante os últimos quatro anos assisti, praticamente, a todas as Assembleias de Freguesia, não me recordando de ter faltado a nenhuma delas. No que respeita às reuniões da Junta de Freguesia, já assim não foi. Como, propositadamente, não eram trazidos, às reuniões públicas, os assuntos verdadeiramente importantes, deixei, a partir de determinada altura, de marcar presença.

É minha profunda convicção de que a Associação Coragem de Mudar teve sempre um comportamento exemplar em termos de Democracia Representativa. Como já AQUI foi referido, foi graças à nossa Associação que o Executivo ainda em funções se viu obrigado a respeitar a Oposição, apesar de possuir maioria absoluta.

Acresce, por aquilo que pude ir apreciando, não abundarem políticos de qualidade elevada na nossa Freguesia, razão pela qual estou plenamente convencido de que a ausência de elementos da Associação é uma menos-valia para Alfena.

Todavia, as coisas são como são! Iremos assistir a mais quatro anos de pequenas intrigas, "tricazinhas", discussões por coisa nenhuma, decisões por maioria de votos - que é coisa que, no Poder Local, tem pouco de científico "porque o que é comum interessa a todos" - continuando-se a não pensar na cidade que queremos para daqui a 50 anos - moderna, planeada, com boa construção de bela arquitectura, isenta de poluição, limpa, asseada, interessante de ser vista e de nela se viver, com passado conservado e não destruído, boas áreas verdes, enfim, aquilo que hoje em dia, se apelida de cidade sustentável. 

J Silva Pereira

PS - Este texto, com algumas adaptações, foi publicado também no blogue "Valongo da Liberdade"